Ela olha o Pinot Noir na taça e fala, mais pra si mesma do que pra ele, sentado à sua frente, bebericando um vinho do padre.
- Eu quero uma casa na praia. Sentar na minha varanda, com uma taça de vinho na mão e sentir a brisa do mar. Olhar meu cachorro correr pela praia enquanto o sol se põe.
Ela sempre usa o presente do indicativo quando fala dos sonhos. Não faz a menor idéia de como eles acontecerão, nem quando – apenas sabe que serão realidade.
A imagem é tão nítida que ela chega a sentir o cheiro do mar, vê o vento virar as páginas do livro que estava lendo...
- Casa na praia? Melhor não! Maresia estraga tudo e ainda corre-se o risco de ter uma tsumani.
Ela bebe um gole, sente o sabor do vinho encher sua boca, tomar conta da sua língua.
Melhor assim.
Sem réplica.
Ele não precisa saber que não irá morar na casa da praia.***
Melhor assim.
Sem réplica.
Ele não precisa saber que não irá morar na casa da praia.***
Bom dia aos passantes!
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