Gostaria de transferir meu corpo e alma para um país civilizado, onde eu não sentisse engulhos ao ouvir a voz do mandatário e sua corte e que passasse a fazer parte do meu cotidiano medíocre as seguintes notícias:
- "hoje o consumo de beluga se manteve estável"
- "nenhum condutor de ferrari parou SOBRE a faixa de pedestre"
- "aprovada a lei que estabelece que vinho tinto só pode ser servido à temperatura de 15ºC. Variação na temperatura será punida severamente"
Alguém vai sugerir que eu pegue a mão do Bandeira e rume para Passárgada.
Já tenho uma bússola recém adquirida para que eu não me perca e acabe caindo num outro país, ou pior, voltando ao mesmo de onde saí!
Alguém ai sabe me dizer sob que condições eu posso pedir asilo político?
Se eu fosse cubana, seria atleta e me abrigaria numa embaixada qualquer, mas lembre-se, sou antes de tudo mineira das Minas Gerais, a mesma Minas Gerais que abrigou Tomás, Cláudio, Alvarenga, Francisco e tantos outros, que inconformados com o jugo da coroa, se reuniam às escondidas para 'tramar' a derrama.
Hoje não temos coroa, mas continuamos colônia.
Ou terá sido apenas uma questão de semântica, já que o espírito da coroa se mantém vivo num lugar ironicamente chamado...Alvorada.
Quero crer que haja renascido algum inconfidente, que cresce longe da relatividade política, adquirindo a têmpera necessária para 'tramar' nova derrama.
Crença vã, bem sei, porque hoje os tentáculos da coroa se multiplicam exponencialmente, com seus escudeiros escorregadios tentando de um tudo para que sua majestade não perca a coroa.
E os bobos da corte anda cumprem seu papel - pagam a conta.
E a pérola do dia de sua majestade é que devemos acreditar que no Brasil não haverá crise energética.
Acredite se puder!
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