"Precisamos de babás, de livros, de pediatras, de regras, de cursos. É como senão tivéssemos mais intuição materna, nem aptidão para sermos mães.O mundo evolui e as mães desevoluem."
Comecei um comentário que me pareceu muito longo... e preferi colocá-lo aqui.
Sou exceção à regra!
E não vou relatar aqui as minhas peripécias de mãe inexperiente, apavorada e insegura pela simples razão de que não me senti, nem sinto (pode ser que venha a sentir!) insegura em relação ao meu papel de mãe!
Nunca liguei de madrugada pro pediatra ou pra quem quer seja, não porque não tivesse dúvidas, mas achei que não era necessário, que eu poderia resolver (como já disse, sou metida... à besta!)
Lembro que numa das primerias consultas de pré-natal, ao ouvir o coraçãozinho, meu médico disse que parecia um trem! E eu emendei: quero ver o que eu vou fazer com esse trem quando sair daí! Ao que ele me respondeu: exatamente a mesma coisa que sua mãe, sua avó, sua bisavó fizeram! Acredito que tenha sido aí o "pulo do gato"!
Lá pelo 5° mês comecei a pensar no enxoval. Uma amiga me deu uma lista e um ítem me chamou a atenção: 10 (DEZ!) mamadeiras! Perguntei porque eu precisaria de 10 mamadeiras e fiquei indignada com a resposta: o bebê mama de 3 em 3 horas, você prepara todas as mamadeiras, deixa na geladeira e vai aquecendo... Pra mim, logo pra mim vão dizer uma coisa dessas? Eu detesto comida esquentada (prefiro comer fria) e imagina se vou dar mamadeira esquentada! E na minha sábia rebeldia, comprei uma única mamadeira - que nunca foi usada!
Amamentei a Raphaela até 1 ano e 4 meses! Ela só foi tomar água, de "colherinha" aos 6 meses! Fiz o que as mães de antigamente fizeram - agi por instinto e pronto!
Sou uma mãe à moda antiga, daquelas que ainda abençoam os filhos antes de dormir, que dizem vai com Deus, quando eles saem!
O que acredito que acontece com as "mães modernas" é um certo desconforto em assumir o papel, que não é em nenhum momento fácil! Dá trabalho estar disponível pra amamentar, você tem que abrir um caminhão de exceções, mas eu não me arrependo dos jantares que perdi, das festas que não fui. Minha filha, desde o primeiro momento foi espetacular!
Meu médico e o pediatra garantem que ela é como é porque tem a mãe que tem!
E eu acreditei que estava fazendo o melhor pra nós duas e daí nasceu toda a segurança e confiança de que eu precisava!
Não enfrentei noites insones - eu cuidava da minha alimentação e Raphaela não teve cólicas. Quando eu falava pro pediatra que estava tudo bem, ele abria um sorriso e dizia: eu sei! Cheguei me questionar, me comparar com outras mães estressadas e descabeladas mas aquele papel não me servia! Eu não sou assim!
Pra se ter uma idéia da minha tranquilidade, no primeiro banho (não tinha ninguém pra me ajudar, pedi que meu marido me deixasse sózinha) eu testei a temperatura da água e... tigum! mergulhei a criatura...rs! Fui lavando e falando que aquele era o primeiro banho que dava nela e que se não ficasse bem lavado, paciência, a gente ia melhorando com a prática diária! Ela mamou e dormiu, a noite toda e eu também! Esqueci que tinha um bebê no quarto ao lado! 6 horas da manhã acordo com o coração na boca, pensei que ela tivesse morrido, juro! Cheguei lá e a criatura dormia o sono dos anjos! Por via das dúvidas, a partir da segunda noite coloquei o carrinho ao lado da minha cama - como fazem todas as mães normais, acho eu!
E sobrevivemos às fraldas, às mamadas (a parte mais deliciosa da maternidade!), aos primeiros passos, aos joelhos ralados, ao primeiro tombo que pensei que tinha quebrado o maxilar, enfim...estamos na estrada da vida!
Estamos entrando na pré-adolescência (sim, eu estou "de novo" na pré-adolescência, só que agora por osmose!) e estou começando a concordar com Vinícius de Moraes - "tem horas que chego a achar Herodes natural..."
Sei que vai piorar, mas tem outro jeito?
Não! Então, só me resta enfrentar!
Não há nada de novo sob o sol!
É um grande incentivo, pelo menos pra mim!
Luci postando 100querer
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