19 setembro, 2006

TUDO PASSA E 100QUERER

O estojo
Não fiz jardim da infância, nem pré-escola.
No meu tempo (é, aquele tempo foi e será sempre meu!) só os ricos colocavam os filhos no jardim.
Eu achava lindo ver as meninas da escola da D. Mariinha (com dois "is".) com aquele avental xadrezinho azul e branco.
Aos 7 anos, em idade escolar (!) minha mãe foi providenciar o material: bolsa de couro marron (provavelmente herdada do meu irmão), cadernos, a Cartilha Caminho Suave, lápis, régua, borracha e... um estojo.
Foi aí que tudo começou...Na compra do estojo.
Entramos numa loja - O Jeca Tatu (não acredito no que estou escrevendo... a loja ainda existe e o nome é Jeca Tatú sim!). Lembro que o vendedor colocou 2 modelos no balcão. Um, daqueles mais largos e outro, mais alto e estreito, de duratex. No mais largo, a tampa era verde com uma casinha e flores pintadas. Adorei! E o outro, sem pintura, tinha só uma florzinha branca, com miolinho vermelho e estava escrito "Tudo Passa".
Eu ainda não era "totalmente alfabetizada", conhecia as letras mas não conseguia ler e perguntei:
- mãe, o que tá escrito aqui?
- Tudo passa.
- Passa o quê?
- Tudo.
(diálogo altamente esclarecedor para uma criança de 7 anos, concorda?!)
E lá fui eu, carregando o misteriosos e indecifrável "Tudo Passa" .
Muitos anos depois é que eu fui entender que "Tudo Passa"...
Nos momentos de crise, dificuldades e incertezas acabo me lembrando do estojo e a nostalgia é inevitável, por vários motivos...

***
Este post foi publicado em 08/12/2004 - quando este blog tinha apenas 4 dias de vida!
O estojo e o "Tudo passa" me acomapanharam durante os 4 anos do primário.
Lembro que às vezes ficava olhando pra ele, ali em cima da carteira, tentando decifrar o enigma.
Demorôôôô, mas consegui!
E foi assim que o "tudo passa", por muitos anos, foi a frase da minha vida.
Anos mais tarde apareceu o "100querer" e hoje posso dizer que estas duas frases definem e norteiam (?!) minha vida.
É sério, viu?!

Boa noite aos passantes!

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