21 julho, 2010

A DOR ALHEIA


nós só entendemos a extensão da dor alheia
quando já sentimos dor semelhante.
semelhante não quer dizer IGUAL
porque NUNCA ninguém vai sentir a dor
ou qualquer outro sentimento igual.
N-U-N-C-A
por isso, quando alguem doer perto de voce
não faça a asneira de dizer "eu SEI que blábláblá"
porque cara, voce não sabe mesmo!
(Fal já falou muito sobre o assunto)
mas tem um outro sentimento que eu, voce
e o resto do planeta dos macacos
pode sentir.compaixão
só compaixão basta, porque na compaixão
vem embutido a empatia - que não é sentir
como o outro
mas ter a capacidade de simular, imaginar,
se colocar no lugar.
ai, sim, voce pode dizer "eu imagino como blábláblá"
porque assim fica aceitável pra quem está doendo
se sentir confortado.
por que o assunto?
porque ontem morreu o filho da Ciça Guimarães.
e eu hoje, no cabelereiro, naquele momento
em que as moleres colocam a cultura em dia
(alguem me lembra de falar sobre)
lendo caras e afins, vi uma foto
do Ryan O´Neil, sentado no túmulo da Farrah,
chorando. 1 ano depois.
ai juntei as duas coisas -
a dor inimaginável da Ciça com a dor do Ryan
e pude pensar no quanto a vida é frágil
e no quanto a dor nos torna solidários.
a dor da Ciça eu imagino
a do Ryan eu posso dizer que conheço de perto
que mergulhei nas suas profundezas
em todas as profundidades
e que é só assim que um dia se vislumbra
a catarse
e tudo parece se encaixar
e voce descobre
que, apesar da dor, do mergulho,
voce continua respirando
(as vezes com muita dificuldade)
e vai vivendo sobre
a dor, a ausencia, a fragilidade.
até que um dia voce pensa, imagina
que a dor já não existe.
engano seu!
ela está no mesmo lugar onde 100pre esteve.
é apenas a ilusão do viver sobre.
*
boa tarde, querentes!

9 comentários:

Anônimo disse...

A tristeza gera dor.
A dor gera tristeza.
Que triste...
A saudade permanecerá e o tempo amenizará a dor...
Com afeto e sentimento
Sura

DILERMArtins disse...

Mas bah, guria.
Você tem razão, dor igual NUNCA, compaixão, solidariedade SEMPRE.
E tempo esse senhor que tudo sabe e que opera transformações do tipo dor em saudades...
Abração.

flordelis disse...

Querida, esse tópico já nos é familiar, só acrescento que minha mãozinha está estendida quando quiser. :-) aguardamos vocês pra semana.

Lula disse...

me lembro de uma entrevista do Flejat na época da morte do filho do ACM em que ele disse "tenho divergências pessoais e políticas do ACM, mas me solidarizo com a dor que ele deve estar sentindo. Imagino não haver dor maior do que a perda de um filho".

É isso, tbm não gosto muito da Ciça, mas imagino não haver dor maior que essa, e me solidarizo com ela.

...e com a sua também. Já que ainda dói, o que eu posso fazer?

...e só pra lembrar: não esquece de falar sobre as 'moleres acultuando-se' no salão de cabeleireiros.

Beijão.

Márcia(clarinha) disse...

Falar o quê?
Sinto muito...
beijos de loviu QQQ

Anônimo disse...

Falar do que nao sabe é uma tremenda burrice. As pessoas com mais sabedorai escutam as que sofrem ao inves de dar palpite. Ja as que tb ja sentiram dores selehanes podem falar algumas palavras que deem algum conforto sim. Faz todo sentido.
Beijos querida.
Cam

Luma Rosa disse...

Parece que temos que passar por momentos de dores, para comprender o "ser humano". Porque ser humano é saber sofrer as nossas dores e as dores do mundo.
Imagino que não deve existir dor pior, do que a dor de perder um filho.
Uma vez, a minha avó estava rezando no quarto dela, como fazia o tempo todo. Às vezes, ela deixava escapar uma oração em voz alta. Eu sempre escutava porque o quarto dela era do lado do meu e vivíamos de portas abertas. Um dia ela falou "Pai, não permita que mais algum filho meu morra. Me leva, porque não aguento mais ver filho meu morrer". Sempre lembro disso e quando ela morreu principalmente. As dores da alma de uma mãe, devem ter morrido.
Bom fim de semana! Beijus,

Grasi disse...

Querida, passei p/ te deixar um bjão e desejar um domingo super iluminado.

Isa disse...

é querida, tb só posso segurar a tua mão. bjo gd