08 outubro, 2008
100MÃE
Vocês conhecem as minhas perdas.Os ganhos também. Porque nada é absoluto, sempre há uma compensação. Perdi marido há quase 6 meses. Ainda não posso avaliar o valor do ganho desta perda, mas o comentário dela num post ai pra baixo, me deu várias avaliações numa fração de segundos sobre outra perda. Hoje faz 12 anos que minha mãe morreu. E já faz um tempo que eu ando revirando meu baú de lembranças, à cata de referências maternas, pois, por incrível que pareça (e é incrível, creia!) tenho mais referências paternas arquivadas na memória do que maternas. Minha mãe era muito bonita, mas muito introspectiva em certos aspectos. Era rígida, não abraçava nem beija muito, só o necessário. E mãe é uma referência forte na vida de qualquer ser vivente. Segundo meu amigo-grego-psicológo, o que todo ser humano busca ao longo da vida, é o aconchego do útero. Tá. Discuti mais do que o necessário com ele sobre o assunto (ele achava que eu me interessava. nada! eu queria era ouvir ele falar. tão bom ouvir aquela voz calorosa, aquele sotaque... minhas fantasias gregas se agitavam quando ele falava!). Então quando a mãe morre várias coisas ficam mexidas no ser vivente. Enquanto sua mãe respira, parece que você não está sózinho. Mas aí um dia a minha não respirou mais. E os anos foram passando, passando e hoje a ausência dela tem um outro significado pra mim. Em algum lugar dentro de mim, a ausência dela cruzou o caminho da ausência de marido-Mauro e me fez ver o tamanho da minha sozinhez.
(na foto a minha mãe é a do meio. a mais bonita, 100dúvida!)
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