Com sua costumeira agilidade e perspicácia, o jovem cetáceo livra-se facilmente da bulhenta turba de aldeões, liderados pelo ensandecido coronel que acaba de descobrir que as virginais volúpias de sua única filha foram conspurcadas pelos irresistíveis sedutores encantos da mítica magia da criatura das terras submersas. Após fugir de incontáveis tiros de velhos bacamartes enferrujados, lanças e flechas com pontas envenenadas por unguentos preparados com seivas de cipós e exsudações de minúsculos anfíbios, o jovem e insaciável deflorador descansa sorridende suas cinzentas barbatanas sob a sombra de uma embarcação bem assombrada, tomada de carona provisória até as sombrias águas das margens do rio Negro.
Hai-Kai
boto
de bode no berço do
bote
Porque certos folclores amazônicos são mais risíveis que alguns sonhos vespertinos, depois de um calórico almoço de verão. E não ?
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