por Nelson Motta
RIO DE JANEIRO - Bill Clinton presidiu os Estados Unidos num dos mais períodos mais prósperos e pacíficos de sua história, zerou o deficit público, tinha grande prestígio nacional e internacional e sólida aprovação popular, era dono de irresistível carisma e notável orador. Jamais foi acusado de roubar nada e nem de ser complacente com a corrupção, mas mesmo assim sofreu um processo de impeachment, foi condenado na Câmara (com muitos votos de seu próprio partido) e só se manteve no cargo, por votação apertada, no Senado. Só porque mentiu.
Não mentiu sobre questões de Estado ou segredos militares, sobre concorrências ou superfaturamentos, sobre lobistas, fundos de campanha ou companheiros ladrões - mentiu sobre um patético romance com uma estagiária gorduchinha, mero assunto de família. Mas foi condenado implacavelmente por republicanos e democratas na Câmara, apesar de não haver nenhuma campanha na mídia, nenhum clamor popular e nem um estudante de cara pintada nas ruas de Washington exigindo a sua saída. Só porque mentiu. Só? É que lá eles acreditam que quem mente agora mente sempre e não merece confiança. É rigoroso, mas faz sentido, não é? Principalmente na administração pública.
Já aqui, os delúbios e silvinhos e seus chefes, os mensaleiros e seus banqueiros e empresários, os sanguessugas e os advogados dos bandidos, todos mentem deslavadamente na nossa cara, humilham nossa inteligência, desmoralizam nossa honestidade e nos provam que, entre nós, a mentira é não só tolerada como recompensada. Eles anunciam a verdade brasileira: minto, logo, existo.
Não sei se já houve mais corrupção em outro tempo, mas com certeza nunca na história deste país se mentiu tanto. Graças a Deus Lula não mente como Clinton.
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Juro que não entendi o sentido da última frase, razão de ter colocado a crônica aqui! E eu ainda nem retoquei minha luzes loUras!
Alguém pode me explicar?
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Bom dia
e maio está na reta final!
Aff!
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