12 setembro, 2005

PEQUENOS GRANDES SACRIFÍCIOS

Tudo pode ser bem mais difícil do que se imagina.
Às vezes, quando vemos alguém fumando, torcemos o nariz, nos incomodamos com a fumaça e pensamos (eu penso!) será que o sujeito não percebe que está queimando dinheiro e ainda vai ficar doente?!
Claro que a maioria sabe, mas é o vício da nicotina que fala mais alto. Que manda e muito, na vontade do sujeito.
Mas aí há que se pensar: você é uma pessoa ou um pé de alface?
Pé de alface, sem a menor sombra de dúvida!
Já passei por isso. Fumei durante 15 anos. Comecei aos 12 anos fumando Beverly sem filtro no banheiro da escola. Eca! Depois veio Hollywood ao sucesso, Minyster e outros tantos.
Dei muito dinheiro pra Souza Cruz, Philip Morris, J. Reynolds... Charm era o preferido, embora fosse o mais caro! Era só pro final de semana, sabe?! Mas o Charlton flip top e o Malboro mandavam bem!
Nunca fumei mais do que um maço por dia. Fazendo as contas...15 x 365 = 5.475 maços. Vamos arredondar para 5.500 a um preço médio de R$ 4,00 = R$ 22.000,00.
Dá pra acreditar que eu torrei, literalmente, 22.000 pratas?!
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Mas... eu parei de fumar assim, de estalo. Acendi o último cigarro do maço, amassei e pensei – vou parar de fumar.
O detalhe é que eu tinha um maço fechado na bolsa. Mas eu parei! Um mês depois, o maço fechado foi aberto por uma amiga e eu acendi um cigarro. Quase morri! O gosto era horrível, fiquei tonta na primeira tragada!
Nunca mais coloquei um cigarro na boca desde 1985!
20 anos depois, cá estou eu às volta com vários pequenos sacrifícios!
Nos próximos 12 meses estou proibida de ingerir produtos industrializados.
Sim! Estou pensando em me mudar lá pra onde o Judas perdeu as meias, plantar uma hortinha, criar uma vaquinha... Tem outro jeito?!
Tem que ter!
Força de vontade!
Auto-controle!
Coragem!
Obstinação!
Você acha pouco? Simples? Fácil?
Imagine a cena:
Raphaela pede para que eu faça um brigadeiro! Simples... em 5 minutos o brigadeiro sai da panela e está esfriando no prato!
- o que você faz com a panela? Raaaaaspa até a última miligrama! Chupa a colher que pode ser guardada de tão limpinha que fica!
E eu?
Coloco tudo dentro da pia, encho de água e... só!
Nem um granuladinho sequer vai pra dentro da minha boca!
Sabe quando você entra na padaria e vai na seção de frios e o rapaz está fatiando aquela mortadela Ceratti, aquela fatia de mais de um palmo de diâmetro, você sente o aroma, vê aquele pão quentinho, torradinho, crocante... Eu compro! Pro marido e pra filha. Eu fico só no cheiro!
E ai em lembro do Djavan... “sabe lá o que é morrer de sede em frente ao mar...”
Estes pequenos sacrifícios têm exigido muito de mim.
Mais uma vez tenho que mostrar a mim mesma do que sou capaz. Ninguém pode ajudar...Tá certo que já tive momentos piores, onde uma doença grave me tirou o prumo e eu levei quase 2 anos pra reencontrar meu norte.
Mas, vem cá...Não gosto muito de cerveja, mas sabe lá o que vai ser 12 meses sem um vinhozinho? Vai ser duro!
Espero que o bonitão do doc libere a vodca,Image hosted by Photobucket.com sem beluga, que é cristalina e não tem (imagino) nenhum tipo de conservante, e também o conhaque e o whiskey! Pelo menos!
Meu vinho do porto vai ser bebido (quando eu sorveria!) pelo meu dileto marido, disposto a qualquer sacrifício por mim!
É o amor!
Neste momento na minha cabeça toca Glória Gaynor... I will survive!
So do I, baby, so do I!

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