18 julho, 2005

UM PASSADO...

Existem vários passados...
Passado de amigos
Passado de família
Passado de colegas de trabalho
Passado de amor
Passado de paixão
E quando o passado retorna
pode trazer um vazio
uma saudade
uma doce lembrança
uma vontade doida de voltar lá!

Em 1972 eu começa meu curso técnico em química industrial. Na verdade que queria era fazer o técnico em eletrônica, mas fui forçada a optar por outro e fui fazer química.
Fui ótima aluna, sim! Era um festival de 10... em química, em físico-química, matemática, biologia... O professor de português me emprestou a menina dos seus olhos - uma coleção com a obra completa de Drummond, Vínicius, Cecília e Bandeira! E eu li! E deixei bilhetinhos nos poemas que mais gostei. Mas hoje, eu sei que o que eu não esqueci mesmo foi das ervilhas do Mendell! Até hoje a genética me fascina! Acho que já era meu lado CSI que desabrochava!
Fui estudar à noite, já trabalhava e fazia inglês. Sempre gostei de inglês. Meu primeiro professor de inglês no ginásio, Constantino, era um homenzarão, quase 2 metros, careca ... e grego, bem a cara do Kojac! O primeiro grego da minha vida! Muitos anos depois eu encontraria outro grego, mas aí já é outra história!
O curso de química era puxado e a classe não era nada fácil. 27 rapazes e 8 meninas. As meninas, como acontece até hoje, se dividiam entre as boazinhas e as nem tanto. Eu fazia parte das nem tanto, claro! Matava aula, mas era a primeira a entregar o relatório da última análise química! Havia uma relação de camaradagem com os professores. Nas reuniões de conselho, minha irmã (secretária do colégio) chegava dizendo que a minha classe era a pior, mas os professores diziam que o que compensava era que tinha alunos brilhantes naquela turma. Hohoho! Eu adorava ouvir isso e contava pra classe e sempre inventávamos uma coisa pra agradar o professor que estivesse mais zangado! Era uma turma especial, da bagunça, mas muito gente boa! E a amiga que ficou deste tempo é a Margareth. O pai dela tinha um armazém e a Margareth ficava lá, meio que tomando conta e estudando... e ouvindo rádio! E à noite quando nos encontrávamos na escola, a primeira coisa que uma dizia à outra era: "você ouviu o Hélio Ribeiro hoje?" . Eu ouvia uma parte do programa - eu já tinha um tronco que me esperava às 13:30, lembra?! Mas sempre dava pra ouvir a parte que nós mais gostávamos, a versão livre que ele fazia das músicas.
Esse é um passado que acabou de retornar!
Ouça aqui uma versão livre do Hélio Ribeiro para a música All by my self.
Pode ser que pra você não signifique nada, eu entendo!
É um passado.
Meu passado!

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