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Como já confessei publicamente, não mantenho relações muito cordiais com a internet, até por razões pessoais. Como é que você pode olhar com simpatia para alguém que tentou matá-lo – tentou não, matou? Sim, porque há alguns anos a rede espalhou a “notícia” de que eu morrera. Até que eu provasse o contrário, muitas pessoas, inclusive meu filho, acreditaram na minha morte. A sorte é que umas duas horas depois ressuscitei: felizmente não precisei de três dias.
De qualquer maneira, como sou analfabeto digital, mas não sou burro nem ressentido, sei que a internet é bem-vinda, assim como toda nova tecnologia, mesmo quando parece que veio para me gozar. No sábado passado mesmo, quando subíamos a serra de Petrópolis para um agradável almoço na casa de amigos, a garota bonita que eu acabara de conhecer retirou da bolsa um objeto que podia ser um pequeno estojo de maquiagem. Cabia no bolso de minha camisa. “Quantas músicas você acha que tem aqui dentro?” Como estava certo de que ali dentro não cabia nada além de um blush, fiquei com cara de idiota quando ela disse: “Dez mil músicas”.
Mais difícil do que acreditar nisso foi aprender o nome. Ela repetia e o som não deixava dúvida: “ai pode”. Achei que ela estava imitando o inglês de Débora Secco na novela “América”: “ai pode atravessar o deserto”, “ai pode limpar o chão”. Por via das dúvidas, pedi que soletrasse; descobri então que a palavra é “iPod”. Pode tamanha ignorância?"
E quem disse que não pode, sr. Zuenir!
Luci postando 100querer
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