17 junho, 2005

ENSAIO SOBRE UM AMOR

Primeiro pensamento do dia: o tempo vaza.
Há 2 anos atrás (gostaria que pudesse ser pra frente) eu entreguei meu gato, o João Nininho, para que o veterinário o sacrificasse.
Uma decisão que tomei rápidamente, como tudo o que faço quando percebo que não há mais possibilidades a serem esgotadas. Sim, sou uma pessoa que esgotada todas as possibilidades antes da certeza do ponto final. Em tudo sou assim. Um amigo diz que sou contundente como uma marreta.
João Nininho se apossou de mim - sim, gatos escolhem quem irá lhes pertencer e não o contrário como todos pensam. Quem tem gato sabe que é assim. Já tivemos muitos gatos, mas de dentro de casa, apenas dois: a Pepê da foto aí de baixo e o João, que me escolheu em dezembro de 91. Fomos companheiros de muitas lutas e brincadeiras. Lutei para fazer com que ele entendesse que nós tínhamos um lar, que havia limites, regras da boa convivência, que com o passar do tempo ele assimilou. A única coisa que não aceitou foi a bandeja sanitária. Ele dormia nas pedrinhas... e fazia xixi no ralo do lavabo. Depois resolveu dormir na pia do lavabo, em cima do armário, embaixo do armário, mas o lugar predileto para o sono do guerreiro era o meu colo! E amassava e virava e tornava amassar, enrrodilhava e dormia. Um anjo negro.
Vivi muitas coisas com ele, aprendi outras tantas, mas a mais importante é que o amor não sabe que o tempo que vaza.
João Nininho. Ainda sinto saudade, falta, ausência.
Ainda ouço seu miado respondendo a tudo que eu falava.
João Nininho tinha peito de remador. Vivemos um grande amor.
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Update: meu scaner ferrou-se, a única foto que encontrei do Nininho é esta...onde ele aparece como uma bola preta, dormindo. Tenho uma foto dele estreando o berço da Raphaela e muitas outras, registrando o seu temperamento "arrasa-quarteirão" - inesquecível!

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