"...Eu, porém, que sou apenas ING (Indivíduo Não Governável), não tenho o que ocultar. Vou sair com sapato comum, usado apenas dez anos, meias azul-escuro, calça cáqui ou cinza-claro, um cinto velho apanhado ao acaso, uma camisa branca, azul-claro, ou areia, também velha, ou pelo menos também muito usada (são só as que tenho), e um relógio Casio, que custa vinte reais, também único que tenho. Mas já marcou mais tempo do que você aí tem de vida.
Essa é a fantasia com que me disfarço sempre. Com ela saio às ruas e suas intempéries, disfarçado de discreto, de modesto, de pessoa sem maiores ostentações, sem maiores ambições. Como Dom Helder, com aquela sua batina puída, e Madre Theresa de Calcutá com sua trouxinha, estamos sempre engrupindo a humanidade, escondendo a nossa gigantesca vaidade."
Millôr Fernandes
Este texto ficou esquecido em algum canto perdido que, misteriosamente, São José dos Backups trouxe à vida!
Eu também sou ING!
E você?!
Que em junho ainda possamos olhar o belo céu de maio!
Bom dia!
Luci postando 100querer
Nenhum comentário:
Postar um comentário